É na cama do hospital e na cadeia que se conhecem os amigos, costuma dizer a minha mãe. Os momentos maus, de maior fragilidade, são realmente um grande (por vezes, doloroso) crivo para (...)

Às vezes, eu ia brincar para a minha praceta sozinha, especialmente no tempo em que tive uma Bota Botilde. Não havia muitos miúdos nessa praceta da minha infância. Às vezes, aparecia a (...)

Ontem, enquanto percorria a Rua da Mesquita com uma colega que acabara de conhecer, esta contou-me que vem do Porto, todas as sextas-feiras, só para vir às aulas. És uma valente, comentei. (...)

Hoje foi ao contrário de muitos outros dias que vivi por terras do Oeste, amanheceu com sol e fez-se cinza à tarde. Sentei-me para rever um trabalho que terá de seguir por email amanhã de manhã. (...)

Voltou o calor, numa versão abafada, requentada.  Quis dizer qualquer coisa que resumisse esta sensação de demora de um verão que se recusa a sair de cena e insiste em ser demasiado quente (...)

A Verónica e a Amélia eram muito diferentes. Engraçado como a mesma casa de corredor escuro, a cheirar a estores corridos e a fritura, com um dálmata de loiça à entrada da porta da sala e (...)

Viemos à varanda antes de sair. Caíram uns pingos de chuva e levantou-se um vento quente, daqueles a que minha mãe chamaria "bafo". Temos de ir, que vem aí temporal, disse eu, mas sem grande (...)

Troveja ao longe. Lá em baixo, a minha filha vê, mais um vez, o “Orgulho e Preconceito” e a música do Dario Marianelli chega-me, pelas escadas acima, até ao escritório. Perco-me do (...)

Hoje, quase toda a gente (a começar por mim) fala no setembro que começa. Uns em celebração por causa do recomeço. Outros numa espécie de ressaca de fim de festa. Uns acham que o fim do (...)

Há uma mulher que vem ao café todos os dias à mesma hora. Chega poucos minutos depois das oito. Pede um café e um copo de água  e diz mal de alguém, nem sempre a mesma pessoa, à (...)